Endométrio é o tecido que reveste a cavidade uterina e que todo mês prolifera para receber o embrião, e se isso não ocorre ele acaba descamando, o que resulta na menstruação. A endometriose é a presença de endométrio fora do útero.
A endometriose pode afetar qualquer região do corpo, sendo mais comum no tecido que reveste internamente do abdômen (peritônio), ligamentos da pelve, intestino e bexiga, podendo estar associado a dor pélvica, principalmente no período menstrual, e dificuldade para engravidar naturalmente. Entretanto, em uma boa proporção dos casos, a endometriose não traz qualquer tipo de sintoma para a mulher.
A proporção das mulheres afetadas com este problema aumenta progressivamente até os 40-44 anos, passando a regredir após os 50 anos de idade (1).
15-19 anos = 1%
20-24 anos = 3%
25-29 anos = 7%
30-34 anos = 12%
35-39 anos = 19%
40-44 anos = 26%
45-49 anos = 19%
50-55 anos = 13%
E entre mulheres com dificuldades pra ter filhos, a proporção é mais alta, sendo que aproximadamente 2 em cada 5 destas mulheres tem endometriose (37%).
Quando o principal problema é a dor, a primeira opção é considerar medicações para controlar os sintomas. Quando a dor continua trazendo um impacto relevante na qualidade de vida mesmo com as medicações, pode-se considerar a cirurgia.
Quando o principal problema é a dificuldade para ter filhos, a opção mais efetiva é a fertilização in vitro. A endometriose frequentemente cursando com perda da função das trompas, seja pela inflamação da pelve ou por aderências pélvicas. A cirurgia também é uma opção para quem quer continuar tentando naturalmente, mas a efetividade da mesma é controversa e pode haver perda da reserva ovariana no processo, o que prejudica de forma relevante as chances de sucesso da fertilização in vitro.
Apesar de muitas vezes discutirem sobre a realização de cirurgia antes da fertilização in vitro, com o objetivo de melhorar o sucesso do tratamento. Entretanto atualmente já se sabe que mulheres com endometriose tem a mesma chance de sucesso que mulheres sem endometriose (2). Além disso, não existe evidência de benefício e o resultado da cirurgia frequentemente é o oposto do desejado (piora das chances da FIV), uma vez que pode prejudicar a reserva ovariana.
Referência
1. Eisenberg VH, Weil C, Chodick G, Shalev V. Epidemiology of endometriosis: a large population-based database study from a healthcare provider with 2 million members. BJOG. 2018 Jan;125(1):55-62. doi: 10.1111/1471-0528.14711. Epub 2017 Jun 14. PMID: 28444957.
2. Bishop LA, Gunn J, Jahandideh S, Devine K, Decherney AH, Hill MJ. Endometriosis does not impact live-birth rates in frozen embryo transfers of euploid blastocysts. Fertil Steril. 2021 Feb;115(2):416-422. doi: 10.1016/j.fertnstert.2020.07.050. Epub 2020 Sep 21. PMID: 32972732.
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