Entenda Quando a AOA Pode Ser uma Alternativa na Fertilização In Vitro

A ativação artificial do oócito (AOA) é uma técnica que, embora pouco conhecida fora do meio científico, tem ajudado casais que enfrentam dificuldades específicas na fertilização in vitro (FIV).

Mas afinal, quando essa técnica pode fazer a diferença?

Vamos explicar de forma simples alguns cenários onde a AOA pode ser indicada, sempre com base em evidências científicas:

1. Falha Total de Fertilização (FTF)

Quando nenhum óvulo é fertilizado após uma FIV com ICSI, mesmo com injeção direta do espermatozoide, pode haver um problema no processo de ativação do óvulo. A AOA pode ser uma estratégia importante nesse caso.

 2. Baixa Taxa de Fertilização

Se um ciclo anterior teve uma taxa de fertilização abaixo de 30%, isso pode indicar que o óvulo não respondeu bem ao espermatozoide. A AOA pode ajudar a melhorar essa resposta.

 3. Infertilidade Masculina Grave

Certos tipos de alterações no sêmen estão diretamente ligados à dificuldade de ativar o óvulo. Isso inclui:

• Globozoospermia (espermatozoides com cabeça redonda e sem uma estrutura essencial chamada acrossomo)

• Deficiência da enzima PLC zeta, que é crucial para iniciar o desenvolvimento do embrião

• Alterações severas na morfologia, motilidade ou quantidade dos espermatozoides

Em todos esses casos, a AOA pode compensar a falha do espermatozoide em iniciar o processo natural de ativação do óvulo.

4.  Embriões que Param de se Desenvolver

Às vezes os óvulos fertilizam, mas os embriões não se desenvolvem até a fase de blastocisto (dia 5 ou 6). Isso pode ser sinal de que a ativação do óvulo foi incompleta. A AOA pode ajudar os embriões a passarem por esse “bloqueio” inicial.

5. Espermatozoides Recuperados Cirurgicamente

Espermatozoides obtidos diretamente dos testículos ou epidídimo (como em procedimentos MESA ou TESA) podem ter menor capacidade de ativar o óvulo. A AOA pode melhorar os resultados nesses casos.

6. Alterações no Óvulo (Causas Oocitárias)

Embora mais raro, algumas situações ligadas à qualidade do óvulo, como idade materna avançada ou baixa reserva ovariana, podem também afetar a ativação. A AOA pode ser uma alternativa para compensar essa possível limitação.

A AOA não é indicada para todos os casos e deve ser utilizada com critério, após uma avaliação cuidadosa por uma equipe médica especializada. Ela pode representar uma nova chance para casais que já passaram por ciclos frustrados ou que enfrentam causas de infertilidade mais complexas.

Converse com seu médico SEMEAR sobre essa possibilidade.