Perda Gestacional Precoce após TEC: O Que Fazer? Entenda na SEMEAR fertilidade

Lamentamos profundamente a sua perda. Sabemos que este é um momento muito delicado e frustrante. A perda gestacional após uma transferência de embriões é, infelizmente, uma ocorrência relativamente comum no universo da reprodução assistida, e entendemos a angústia e as dúvidas que surgem.

A causa mais frequente para uma perda gestacional na fase inicial da gravidez, mesmo após um tratamento de fertilização in vitro (FIV), está relacionada a alterações cromossômicas no próprio embrião. A maioria desses erros ocorre de forma aleatória durante o desenvolvimento embrionário e não significa que acontecerá novamente em uma futura tentativa.

Diante de um resultado como este, acreditamos que o caminho mais racional é investigar fatores que possam estar associados a falhas de implantação ou perdas gestacionais. Sugerimos algumas abordagens que podem ser discutidas com o seu médico:

1. Análise Genética dos Embriões (PGT-A): Uma das principais ferramentas que consideramos é o teste genético pré-implantacional para aneuploidias (PGT-A).

   • Pontos positivos: O PGT-A nos permite analisar os cromossomos dos embriões antes da transferência. Ao selecionar um embrião cromossomicamente normal (euploide), pensamos que é possível aumentar as chances de implantação e diminuir o risco de um novo aborto por causas genéticas embrionárias, otimizando o processo.

   • Pontos negativos: A realização do PGT-A implica um custo adicional ao tratamento e a necessidade de uma biópsia no embrião. É importante lembrar que, mesmo transferindo um embrião euploide, a gravidez não é garantida, pois a implantação depende de muitos outros fatores, incluindo a receptividade do endométrio.

     
     

2. Investigação do Casal (Cariótipo): Aconselhamos a realização do exame de cariótipo com banda G, tanto seu quanto do seu parceiro.

   • Pontos positivos: Este exame de sangue pode identificar se um dos parceiros possui alguma alteração estrutural nos cromossomos, como uma translocação balanceada. Embora a pessoa com a translocação seja saudável, ela pode produzir óvulos ou espermatozoides com desequilíbrios cromossômicos, levando a falhas de implantação ou abortos. Identificar essa condição permite um aconselhamento genético direcionado.

   • Pontos negativos: É uma condição rara, e na maioria das vezes o resultado do cariótipo do casal é normal.

     
     

3. Avaliação da Cavidade Uterina e Tubas: Uma investigação detalhada do útero e das trompas pode ser útil.

   • Pontos positivos: Exames como a histerossalpingografia ou a histerossonografia podem detectar a presença de hidrossalpinge (acúmulo de líquido na trompa). Acreditamos que o líquido de uma hidrossalpinge pode ser tóxico para o embrião e prejudicar a receptividade do endométrio, diminuindo a chance de sucesso. O diagnóstico e tratamento dessa condição podem melhorar significativamente os resultados.

   • Pontos negativos: Envolve a realização de novos exames e, caso a hidrossalpinge seja confirmada, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica antes de uma nova tentativa, o que implica custos e tempo adicionais.

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A Importância do Aconselhamento Médico

Sabemos que cada etapa deste processo é um desafio. Contudo, a ciência da reprodução humana tem evoluído muito, e cada falha nos traz informações valiosas para planejar os próximos passos de forma mais estratégica. É fundamental não perder a esperança e continuar tentando de forma racional e bem orientada.

Esta resposta serve como uma orientação inicial. Aconselhamos fortemente que você converse abertamente com o seu médico sobre todas estas possibilidades para que, juntos, possam decidir qual o melhor caminho a seguir no seu caso específico.