Miomas e Fertilidade

Os miomas, também conhecidos como leiomiomas, são tumores benignos formados por tecido muscular e estão presentes em muitas mulheres. Enquanto a maioria é assintomática, alguns podem causar sintomas como cólicas e sangramentos uterinos anormais, impactando a qualidade de vida e, em alguns casos, a fertilidade. 

Os miomas são classificados de acordo com a classificação FIGO (0 a 7), que ajuda a categorizar os miomas com base na proximidade ao endométrio. Quanto mais próximo o mioma estiver da cavidade uterina, maior o risco de impacto negativo nas taxas de implantação e gestação. 

Classificação FIGO

• Submucosos (graus 0, 1 e 2): Localizados na parte interna do endométrio, podem prejudicar a implantação embrionária devido à distorção da cavidade uterina.

0: Intracavitário;

1: ≤50% Intramural;

2: ≥50% Intramural.

• Intramurais (graus 3 a 4): Situados na parede muscular do útero, podem tocar o endométrio e afetar as taxas de implantação, mas os benefícios da cirurgia nesses casos ainda são incertos.

3: Intramural em contato com o endométrio;

4: Intramural sem contato.

• Subserosos (graus 5, 6 e 7): Localizados na parte externa do útero, geralmente não impactam a fertilidade e raramente requerem intervenção.

5: ≥50% Intramural;

6: ≤50% Intramural;

7: Pediculado.

VEJA MAIS: A DOAÇÃO DE ÓVULOS INTERFERE NA FIV?

Estudos mostram que miomas que não distorcem a cavidade uterina, mesmo intramurais, podem não impactar as taxas de sucesso na fertilização in vitro (FIV). Já para miomas submucosos, a remoção cirúrgica por histeroscopia tem mostrado melhorar as taxas de implantação e nascidos vivos.

A decisão de intervir cirurgicamente depende de uma análise cuidadosa dos riscos e benefícios:

• Histeroscopia: Ideal para miomas submucosos, permite a remoção com menor risco de lesão ao endométrio.

• Laparotomia ou Laparoscopia: Procedimentos mais invasivos indicados para casos específicos de miomas intramurais ou grandes.

Riscos da Cirurgia

Intervenções cirúrgicas apresentam riscos, como:

• Hemorragias;

• Infecções;

• Perfuração uterina;

• Histerectomia (em casos extremos).

A decisão de tratar miomas uterinos deve ser individualizada, considerando a localização, o tamanho e os sintomas associados. A consulta com um especialista é fundamental para avaliar os riscos e benefícios de uma possível intervenção, garantindo que a abordagem escolhida seja a mais segura e eficaz para cada caso.